segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A redação do Enem

Bacana, o Enem. Este ano foram 4 milhões de estudantes, um recorde. No Rio foram uns 250 mil inscritos. Gente para caramba.

O Enem, vocês sabem, é composto por 63 (?) questões de múltipla escolha que reúnem várias disciplinas. Há ainda a redação.

A nota do Enem não tem mistério algum. Primeiro você calcula a porcentagem de acertos da prova objetiva; depois, tira a média com a nota da redação.

Isso quer dizer que a redação vale metade da prova.

Mas uma coisa me chamou a atenção. O Globo deu, dias antes do exame, um exemplo de redação nota 10. Havia um ou outro errinho aqui e ali. Um era até de concordância. Outro exemplo de redação perfeita, disponível para consulta no site do Inep, mostra que o candidato não acentuou o têm na terceira pessoa do plural. 

O que prova uma transigência da banca do Enem. O candidato, então, não precisa ter um português perfeito para tirar 10.

Não gosto de ser purista. Eu mesmo já disse lá atrás que eu o era e fui obrigado a ceder, porque a língua não combina com fundamentalismos. Mas aqui cabe uma reflexão. Se a principal prova do Ensino Médio não exige um português perfeito, onde então ele seria obrigação? Em pegadinhas de concursos públicos?

Uma folheada na prova revela também que aquelas decorebas de antigamente estão praticamente banidas. O negócio é saber ler e interpretar. 

É uma tendência boa, mas ao mesmo tempo lança uma dúvida. Boa porque nossos alunos não sabem 'ler' e têm enorme dificuldade em captar o sentido das coisas. A dúvida é em relação à cobrança. Eu acho que as pessoas escrevem muito mal e errado. Se não há cobrança para consertar isso, ter um português perfeito vira um acessório?

De volta

Como vocês podem perceber, este blog hibernou.

E não houve uma razão aparente. Talvez eu tenha enjoado, talvez tenha dado um tempo para reciclar as idéias e descansar os dedos.

Não vou prometer uma Retomada, porque se parei uma vez, posso parar de novo.

Afinal, um blog deve ser, antes de tudo, um prazer. Se for um compromisso prazeroso, ótimo. Se não, cutucá-lo todo dia acaba abrindo a ferida.

Vamos ver até onde vamos...