sábado, 10 de abril de 2010

Tenho travado uma discussão séria com alguns colegas que insistem em substituir abrangência por escopo. Isso decorre de uma tradução mal feita de normas da ABNT e de uma famigerada seita chamada PMI, que traduzem project scope para escopo do projeto.

Creio tratar-se de uma recém-nascida praga das língua. A do inglês que mais me irrita é a contrução 'ele teve a cada invadida'. Essa do escopo nem é tão grave, embora temos sinônimos de sobra para defenestrá-la. Sugiro que continue defendendo a real tradução.

Tem dúvidas de Português?

que curiosidade realitavamente ao verbo polir! :)

É no mínimo interessante. Eu pulo o carro significa saltar sobre ele ou deixá-lo lustroso? As duas coisas... verbos irregulares nos divertem tanto!

Tem dúvidas de Português?

O que você acha de pessoas que dizem "pra mim fazer", "me vê dois pastel e um caldo de cana" etc.?

Não devemos crucificá-las, porque há várias línguas dentro do português, e é pedante exigir que todos respeitem a norma culta o tempo todo. Há situações para ela, e é nelas que devemos nos focar. Corrigir quem fala 'pra mim fazer' é muito bem-vindo, desde que sem tacar pedras. Se pelo menos um de nós defender a norma culta, estaremos conservando-a.

Tem dúvidas de Português?

Procura-se indentificar as pessoas ou procuram-se indentificar as pessoas? Quero saber qual das sentenças está correta e porque? Obrigada

Aqui nós temos uma construção com dois verbos. Substitua 'identificar as pessoas' por 'isso'. Teremos, então, 'Procura-se isso', no singular, como nos manda a regra quando usamos sujeito indeterminado. A coisa seria diferente se no lugar do 'isso' tivéssemos 'identidades'. Aí teríamos voz passiva sintética, e seríamos obrigados a escrever 'Procuram-se identidades'.

Tem dúvidas de Português?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

irá + infinitivo

"O governo irá vistoriar todas as escolas até o fim do ano".

Há algo de errado na frase acima?

Não, mas temos uma praga.

Trata-se do irá + infinitivo, no caso, o irá vistoriar.

Temos bilhões de espécimes dessa praga diariamente por todos os lados. Este blog já cansou de repetir que é contra fundamentalismos e que apenas sugere o bom uso da norma culta. Mas, para algumas ervas daninhas, temos de usar a força.

Existem, basicamente, duas formas para indicar uma ação no futuro.

Uma é a conjugação normal. Eu faço, eu farei.

Outra é a composta. A fórmula nos ensina pegar o verbo ir e o infinitivo do verbo da ação.

Acontece que a forma composta se dá no presente do verbo ir, não no futuro.

Quando escrevemos irá fazer, iremos dormir, irão visitar, estamos, grosso modo, levando a ação ao futuro duas vezes.

Ainda que eu não tenha visto ninguém afirmar que a construção em foco esteja errada, lembro que é muito mais bonito (e correto) escrever vou fazer, vamos dormir, vão visitar.